7 de fevereiro de 2013

Caim matou Abel, mas quem morreu mesmo foi Caim




Digamos que Caim, realmente,  tenha matado Abel, simplesmente porque o outro tenha se destacado, enquanto o outro foi um simples lavrador. Não sei quem matou quem. Acredito que a culpa carregada dentro do ser Caim possa ser mais mortal que a própria morte de Abel.  Mesmo porque os lavradores são tão importantes quanto os executivos. É uma cadeia. Caim pensou tudo errado. Pensou ser menos, e quis, apenas quis, ser mais.

Como podemos agir  assim, sendo todos do mesmo sangue, sim! somos todos do mesmo sangue. Traídos pelas serpentes? Nunca. Somos responsáveis por nossas escolhas. Escolheu desacreditar, deixe de lado, mas não mate, ou carregará a culpa, sete, sim sete vezes!  é o que diz lá no livro. Se sente traído pelas serpentes rastejantes? Há boatos de que elas também andavam. Mas foram castigadas e condenadas a rastejar sobre o próprio ventre, ventre esse que dê ou não outros dos seus. Há provas? De nada.

Quem sabe um dia partículas soltas possam dar explicações do que existe só que não. É sempre bom viajar nas estórias que se e conta que os livros relatam. Dar um ar de ficção ou não. Acreditar serem verídicas ou não.  Somos, todos, autores, lavradores, executivos, sanguinários (num sentido figurado).

Ficamos soltos, jogados no mundo. Alguns rastejam, condenados pelos que brincam de Deuses, mas é só no interior de si, porque  no fim não acreditamos em nada e todos, todos, do mesmo sangue, ainda andam. Outros apenas vivem suas vidas e os que se incomodam, já disse nas linhas acima, brincam de Deuses e desenham chifres e pintam de vermelho ou arrancam pernas e pintam de verde, seus “incomodadores*”. 

Das letras que li em ‘ns’ lugares esse pensamento soltou-se.
Cada qual monta sua estória.

*adoro uma palavra inventada. Dá realidade onde você pensa que há.

Márcia Alcântara
Verão frio de 2013

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