15 de dezembro de 2012

Escrevo

Escrevo para escapar
De mim.
Tenho urgência,
Emergência.
Escrevo errado e
Sem prudência.
Quero escapar
Da obediência.
Mas, no meu caminho,
Sempre tem alguém
Que possui
Maledicência.

Márcia Alcântara
Primavera 2012

30 de novembro de 2012

Padrão?!



Sempre acreditei e idealizei a vida de uma forma diferente de como ela é. Mesmo depois de 'grande' tentei provar que podemos fazer com que ela seja como queremos. Agora não tenho mais forças o suficiente para teimar com os outros.
Acato, externamente, o que eles dizem e concordo com suas afirmações com um sorriso no canto da boca. Isso não é cinismo, é apenas um modo de conviver bem com todos, mesmo que não.
Mas internamente ainda sou a mesma, não aceito e critico os erros alheios. Ah claro eu erro também. Mas erro sabendo que errei, erro por teima e por tentar acertar. Erro por que critico, por que não aceito que tudo seja como deve ser, erro tentando fazer com que seja do meu jeito.  Aos  meus olhos os outros erram  porque seguem um padrão imposto, e não erram por seguirem suas essências.
Agora, mais que ontem, acredito que regras foram feitas para serem seguidas por quem não tem opinião formada. Desculpem, eu tenho a minha e me recuso a ofender-me.  Eu tenho a minha primavera, as vezes coincide com a primavera padrão, outras vezes não. Muitas vezes é pleno inverno e sinto calor, e no meu outono não venta, chove. O vento vem no verão para que o calor não esquente minha cabeça e traga, certo alento, as flores que florescem no meu jardim.

É primavera padrão.
Márcia Alcântara

18 de novembro de 2012

Depois...



Sempre soube o que era. Sempre deixou de lado o verdadeiro. Seguiu em direção ao mundo imaginário. Quando voltou sentiu, caiu, renasceu, mas não conseguiu mais viver como antes vivia.

Márcia Alcântara
Primavera 2012

7 de setembro de 2012

Escrito abstrato...

Hoje eu estava tentando escrever algo. Eu sentia uma necessidade de escrever sobre algo. Mas era como se estivesse “travada”. As palavras não saiam. Os sentires não eram possíveis serem descritos. Certo aperto no peito. Uma dor na cabeça.

Não consegui assunto algum. Fico pasma e pensando de onde vem o que me leva a escrever. Por vezes me sinto tola pelas letras que ajunto. Mas é como uma natureza de mim. Interna em mim. Eu entendo que muitas pessoas possam não compreender o motivo dos meus escritos. Uma vez já, em algum escrito solto, que não espero entendimentos para meus escritos, e o afetado ao ler, sinta-se a vontade de apossar-se das letras ajuntadas.

Não sei se me faz feliz a quantidade de leitores atingidos. Fico feliz por ter escapado de mim, mesmo que, por alguns momentos. Queria poder escapar mais vezes. Mas não domino a escrita da minha própria língua. Não! Eu não tenho vergonha de assumir este meu status. E olha que sou, digamos assim, “estudada”, “letrada”.

Confesso que gosto de escrever. Confesso que viajo nas letras, nas palavras jogadas no papel. Confesso também que gosto do sentir. Aliás, tive uma ideia. Antes preciso abrir um parênteses – (olha o computador me corrigindo sobre acento em ideia, rsrs) complicado saber quem esta certo hoje... Estou pensando em me dedicar à pintura, lá existe o abstrato, nas palavras, por ninguém de “poder” ter falado ou feito algo, ainda não existe, eu tento, eu juro, mas apenas recebo indiretas quanto a isso. Ou melhor, vou continuar a escrever abstratamente, e abstratamente não é escrever errado, é apenas tentar dizer o que se sente.

Márcia Alcântara
Inverno 2012

30 de julho de 2012

Da Natureza


 Os Anos guardam
Em mim
Memórias.
As Estações guardam
Em mim
As flores,
O calor,
O vento,
O frio.
As Luas guardam
Em mim
Os vícios,
Os prazeres,
A conduta,
O próspero.
A Natureza, por fim,
É, em mim.

Márcia Alcântara
Inverno, garoa, 2012.

27 de julho de 2012

Da sensação


Eu poderia escrever

Falar, descrever.

Eu poderia abraçar

Amar, adorar.

Eu poderia tudo!

Mas, de repente

Como repente

Como estrela cadente

Percebo que estou contente

Uma sensação eloquente

Que filosoficamente,

Não é convincente

Explicar!

Marcia Alcântara
inverno 2012

23 de julho de 2012

Lançamentos Editora Delicatta - Café com Verso e Projeto Literário Delicatta VII

...

Escrevo porque a minha realidade não é a que preciso viver. Escrevendo crio lugares onde nunca fui, mas sei que existem, mesmo que apenas em mim.

Márcia Alcântara
quando as letras dançaram, houve entrega e a Lua simplesmente aparece bela no céu em pleno inverno de 2012.
Quando estamos felizes, as letras dançam e se encontram em perfeito casamento. Quando estamos triste o mesmo acontece, mas é fato que não nos deixamos perceber, na verdade não há a entrega necessaria e viver é entregar-se na felicidade e na tristeza...

Márcia Alcântara
por do sol de inverno de 2012.

18 de julho de 2012

Vida...

A vida tornou-se para mim um ensaio.


Ensaio sobre o ar, sobre o mar, sobre o luar.

Ensaio sobre o ser, sobre o querer, sobre como ver...

Ensaio o sentir, o devir, como ir...

Ensaio sobre o amor, sobre o calor, sobre a dor...

Ensaio de tudo um pouco e de um pouco, quase tudo.

Mas não, não quero ensaiar sobre o ultimo espetáculo.

Tenho medo de ensaiar o último minuto.

Márcia Alcântara
Minuto de inverno 2012

Título? Oras...

Perguntaram-me sobre meu estilo de escrever. A primeira coisa que me veio à cabeça foi uma outra pergunta: que tipo de estilo a escrita tem? Todas quando bem escritas, atingem seu ponto alvo. Pergunte-me sobre meu ponto alvo, oras.
Ah, queres saber?
A quietude do ser.

Pergunte me mais...
Márcia Alcântara

16 de julho de 2012

Quando...


Quando eu era criança
Pensava...
Queria ser grande e
Pensava...
Como será?

Ainda:
Brincarei com o Sol?
Dançarei na Lua?
Darei nome às estrelas...
Conversarei com as flores?

Luzes azuis caem,
Cristais cantam...

Sou grande...
Brinco com as letras!

Márcia Alcântara
Chuva de inverno 2012

5 de julho de 2012

Satisfação?


Não satisfeita!
Assim anda.
Assim, sempre na estreita.
E mesmo quando deita
Os pensamentos
Não assenta.
Nada tem sentido.
Tudo anda partido.
No espelho,
Nada refletido.
Tudo há.
Nada há.
Dia.
Noite.
Madrugada.
Dia.

Márcia Alcântara
 ·  · 

10 de maio de 2012

Por do Sol e Linda Lua

Olá por do Sol.

Sabias que és lindo?
tua cor me fascina,
teu calor me anima...
tua alma parece limpa.

Sabias que me deixa feliz?
e que quando se vai
nem triste fico
por que deixas comigo
um outro ombro amigo...

Olá linda Lua.

Saibas que tu és magestosa!
além de tudo, sabe nos ouvir
com uma doçura maravilhosa...

Márcia Alcântara
Quando caem as folhas de 2012.

28 de abril de 2012

Sabado de tarde

Sabado de tarde
que invade
minh'alma
de criatividade...

com o pensamento
longe da cidade
sem contar o
tempo...

é sabado de tarde...
céu nublado
com a alma invadida
e no tempo perdida...

Marcia Alcantara
Sabado de tarde, inverno 2012

21 de março de 2012

Pensamento desarticulado


Cansei de articular palavras... Ouço novas musicas, sim eu as ouço,  tenho ouvidos... Cansei de tentar descobrir novas essências e não quero mais ler, não eu não quero.
Quero agora apenas pensar. Penso muito por que meus olhos já não querem acreditar no que veem, meus ouvidos me enganam e meu olfato me seduz, as letras alheias não transmitem seus verdadeiros sentimentos...mas estou certa que o que penso é mais que certo, e é a mais pura verdade, é uma realidade, ao menos para mim...
Quanto as suas, eu não sei. Mas sei que um dia tentei de todas as formas saber de você, e também dos outros, mas assim como eu hoje, não me deram a chance da oratória, não leram o que escrevi, não ouviram minha coletânea de cantigas e não quiseram nem ao menos conhecer as novas fragrâncias que eu produzia...
Provem vocês das amarguras que em mim plantaram. Não guardo rancor, apenas tenho memória e agora um pensamento um tanto mais aguçado que antes.
Márcia Alcântara
É sim outono de 2012, Novo ciclo de uma Lunática...

2 de março de 2012

Algo Prático

Existe em mim uma Praticidade que eu desconhecia. Sempre teimei em acreditar no 'não real', e foi então que ela me bateu a porta juntamente com sua aliada, a Realidade.  As duas vilãs lado a lado, Realidade e Praticidade. Ambas na sombra do Tempo.

Sempre gostei de carinho, de fantasia, de poesia, de alegria... mas o Tempo e suas companheiras se fizeram matérias. Apareceram sem serem convidados e se instalaram em meu ser. Hoje não sou mais a de ontem.
Me sinto um tal rio que descreveu uma vez certo filósofo de Efeso:  “Nós não podemos nunca entrar no mesmo rio, pois como as águas, nós mesmos já somos outros”. Sinto-me, dolorosamente, outra.
O Tempo, a Praticidade e a dura Realidade se fizeram vivas, me acorrentaram e agora me fazem medo, um medo que antes era completamente fora da minha vida.
Estou como borboleta, que quando lagarta espera o Tempo de virar, na Praticidade da Realidade,  outro ser... me transformei num eu não que não conheço.
Mas agora, mais madura, entendo que não são as pessoas culpadas, não quero mais incriminar a Realidade e nem Praticidade, menos ainda o senhor Tempo por minhas visões.
Quero acreditar em mim, e que amanhã nasce um novo eu, como o rio do tal filósofo. Amanhã pensarei diferente, pensarei uma nova cousa...
 Márcia Alcantara
Águas de março 2012.

16 de janeiro de 2012

Titulo é lei? Então não darei um


Escrevo quando sou desafiada pela lei das pessoas fúteis. Lei? Oras meu bem, não contaram a você que existem leis?  Assim sendo, as leis, foram feitas para quem pode as descumprir... Estou farta de ficar calada, ficar calada me dói!

Márcia Alcântara
Agora chove na Lua cheia do primeiro mês do ano de 2012.

2 de janeiro de 2012

Deixei sem titulo porque não há um...

E quem um dia ira dizer que fiz o certo ou o errado? qualquer resposta sera á toa, pois somente eu, em meu intimo, sei os motivos dos quais fiz o que fiz!

Marcia Alcantara
Segundo escrito do que dizem ser 2012...

As Características...


Ao longo destes anos conheci pessoas distintas, em anos diversos, em meses alternados, em dias diferentes. Mas, elas, as pessoas, eram quase todas iguais. Tenho dentro de mim a certeza de que tentei estar perto de todos.

 Me esforcei, fiz sair do meu interior palavras doces e difíceis, sim eu falei, melhor ainda, fiz elas sentirem o melhor de mim, ou pior ainda não sei bem. Algumas seguiram demoradamente do  meu lado... eu as via todos dos dias, outras em dias alternados. Mas eram todas muito parecidas e percebi que se afastavam de mim. Muitas exigiam de mim o que nunca pude nem poderei dar, uma compreensão total de seus erros. Eu não recebia isso em troca, e me doei, mas fui cobrada e esse preço não eu pude pagar, erros são erros e elas quem tem que pagar. Outras, simplesmente não me exigiam nada, mas eu me sentia na obrigação de dar algo a elas, mas errei, elas não queriam nada. Outras eu não dei nada e simplesmente queriam tudo, e o tudo eu não tinha para pagar, eu mesma nem sei o que é tudo e se existe essa tal tudo. Algumas delas trocam seus amigos por cotidianos... sim o cotidiano pode ser um muro entre amigos e...sei lá, não da para ser dito, escrito. E por fim, tenho algumas do meu lado, raras,  não nos vemos todos os dias, no máximo, uma ou duas vezes no ano, mas mesmo assim somos felizes. Ela não exige nada,  me oferece seu carinho quando percebe a hora certa, e o mesmo, assim o faço, muitas vezes não são em datas específicas, mas quando a telepatia funciona... sim acredito nisso.

Então, eu não sou este ser solitário da qual passo a impressão, também não sou triste e nem amarga ou pessimista...  sou o que posso ser, um ser verdadeiro, eu sou apenas eu. Gosto muito de lembrar que as tais "características"  foi o Homem quem “inventou” e que escolheu seus significados, mas cada um é cada um, cada pessoa (Homem) é diferente em si... por hora é só.  



Márcia Alcantara
Primeiro escrito do ano que dizem ser 2012...