Sempre acreditei e idealizei a vida de uma forma
diferente de como ela é. Mesmo depois de 'grande' tentei provar que podemos
fazer com que ela seja como queremos. Agora não tenho mais forças o suficiente
para teimar com os outros.
Acato, externamente, o que eles dizem e concordo com suas
afirmações com um sorriso no canto da boca. Isso não é cinismo, é apenas um modo de conviver bem com todos, mesmo que não.
Mas internamente ainda sou a mesma, não aceito e critico
os erros alheios. Ah claro eu erro também. Mas erro sabendo que errei, erro por
teima e por tentar acertar. Erro por que critico, por que não aceito que tudo seja
como deve ser, erro tentando fazer com que seja do meu jeito. Aos meus
olhos os outros erram porque seguem um
padrão imposto, e não erram por seguirem suas essências.
Agora, mais que ontem, acredito que regras foram feitas
para serem seguidas por quem não tem opinião formada. Desculpem, eu tenho a
minha e me recuso a ofender-me. Eu tenho
a minha primavera, as vezes coincide com a primavera padrão, outras vezes não. Muitas
vezes é pleno inverno e sinto calor, e no meu outono não venta, chove. O vento
vem no verão para que o calor não esquente minha cabeça e traga, certo alento,
as flores que florescem no meu jardim.
É primavera padrão.
Márcia Alcântara