9 de fevereiro de 2013

O desabafo literário do ‘eu’



Não gosto muito de citar o ‘eu’, mas, neste ponto, que desejo enfocar, é necessário afirmar em timbre forte o ‘eu’. 

Eu estive pensando hoje sobre as escritas, os modos de escrever e pontuação. Sim tudo muito necessário, só que não! Não porque os possíveis leitores não sabem ao certo como tudo foi pensado para ser escrito. Oras, não sabem. Se pudéssemos, ou se eu pudesse ler da maneira como pensei antes, que alguém lesse seria muito, muito atraente. Não se tratando da palavra  no seu estado sensual, mas da maneira como deveria sentida!

É claro que nem todo mundo vá sentir o que senti. É! Seria intensamente difícil. Lá no fundo seria tão bom, quase que excitante, saber que alguém leu e sentiu o mesmo, mas há probabilidades negativas.

Sempre que eu escrevo ouço, lá no fundo d’alma, palavras que não existem! É não existem. E é por isso, por isso e só por isso que muitas vezes deixo lado toda situação sentida, mas nunca escrita. É! Não dá para escrever diante de cobranças das quais não posso pagar. Mas, me sinto livre, jogada no ar lilás, refletida na luz do luar, quando esse há,  quando posso colocar em letras alguma coisa que sinto.

É eu escrevo o que sinto. Não sigo regras e nem faço literatura. Sofro. Choro. Me sinto deixada de lado, mas logo deixo de lado todo esse desprezo.  E aprendo nunca, nunca desprezar a mim.  Faço valer o que reflito. Vale o que sinto. 

Márcia Alcântara
Verão chuvoso, frio, 2013.

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