Não gosto muito de citar o ‘eu’, mas, neste ponto, que
desejo enfocar, é necessário afirmar em timbre forte o ‘eu’.
Eu estive pensando hoje sobre as escritas, os modos de
escrever e pontuação. Sim tudo muito necessário, só que não! Não porque os possíveis
leitores não sabem ao certo como tudo foi pensado para ser escrito. Oras, não
sabem. Se pudéssemos, ou se eu pudesse ler da maneira como pensei antes, que
alguém lesse seria muito, muito atraente. Não se tratando da palavra no seu estado sensual, mas da maneira como
deveria sentida!
É claro que nem todo mundo vá sentir o que senti. É! Seria intensamente
difícil. Lá no fundo seria tão bom, quase que excitante, saber que alguém leu e
sentiu o mesmo, mas há probabilidades negativas.
Sempre que eu escrevo ouço, lá no fundo d’alma, palavras que
não existem! É não existem. E é por isso, por isso e só por isso que muitas vezes
deixo lado toda situação sentida, mas nunca escrita. É! Não dá para escrever
diante de cobranças das quais não posso pagar. Mas, me sinto livre, jogada no
ar lilás, refletida na luz do luar, quando esse há, quando posso colocar em letras alguma coisa
que sinto.
É eu escrevo o que sinto. Não sigo regras e nem faço
literatura. Sofro. Choro. Me sinto deixada de lado, mas logo deixo de lado todo
esse desprezo. E aprendo nunca, nunca
desprezar a mim. Faço valer o que
reflito. Vale o que sinto.
Márcia Alcântara
Verão chuvoso, frio, 2013.
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