20 de dezembro de 2009

Provas, Linguagem...Surreal.

Essa antevéspera de Verão me foi de grande emoção, de grande conhecimento. Eu percebi o quanto sou vulnerável as emoções, estas que vem de dentro do meu ser, de forma muito particular e sincera. Não que eu já não tenha isso em mente, mas infelizmente, agora que preciso aparentar grande, necessito mais do que antes, de provas e mais provas, e a prova de minha vulnerabilidade veio rápido, talvez voando pendurada em uma nuvem de pássaros.

Também percebi que não é possível se perder pela realidade com tanta facilidade o quanto eu imaginava. O mundo ai fora é muito assustador, mas aqui dentro de mim, o mundo se tornou muito pequeno. Precisei sair. Necessitei conhecer o externo de mim. Dominei meu medo com ajuda. Sai. E não me perdi.

O externo de mim não era tão externo assim. Não, não era. Pensei que o externo estava distante e somente era real em meu surreal. E para isso, como já disse antes, me veio a prova: o surreal que eu imaginava é muito real. É o surreal que faz meu coração bater todos os dias. Eu já desconfiava disso, mas certeza, eu não possuía.

Pude perceber que o mundo lá fora é tão real e tão surreal ao mesmo tempo, que nos faz confundir falas com sentimentos. Senti que a linguagem, assim como eu já desconfiava, é um problema. Ela é confusa, escura e, na realidade, não expressa quase nada do que queremos dizer, do que queremos compreender.

A única coisa que me vem a cabeça quando sinto tudo isso, é a lágrima. Pura que escorre do olhar de qualquer um. Qualquer um que possua este conhecimento. O conhecimento de que a fala não é pura, de que a fala nada diz. Enquanto que um olhar e uma lágrima pode tudo dizer. Dizer sem ao ar nenhum verbo soltar.

Me faltam palavras, nada mais posso dizer, nada mais pode ser real. Voltei para meu habitat natural... O Surreal. Aqui eu nada digo... Aqui eu sinto... Aqui vivo... Aqui respiro o ar Lilás... Aqui tento ser feliz!

Márcia Alcântara
Antevéspera de verão de 2009

8 de dezembro de 2009

Sentimentos

Me sinto abalada. Por nada! Um nada que sufoca, abala e me corrompe. Tiraram de mim o algo mais precioso que tenho - o ar lilás.

Me sinto cansada. A espera angustiante de tentar saber e entender tudo. Quero tudo, tudo para ontem. Meus músculos doem. E nada posso fazer! Me sinto travada. E o tempo sorri de mim.

O colorido, descoloriu. A canção parou de tocar. O sol nem ao menos mais aparece. Só chove e chove. E a chuva que cai não lava minha alma. À noite a Lua não mais me vê.

Ouço os burburinhos pelas esquinas dizendo que as renas estão a caminho!

Não, não e não. Eu não quero vê-las passando lá em cima, tirando o brilho da noite, fazendo cair as estrelas.

Sabe, estou cansada de tantas coisas, de tantas palavras soltas pelo ar, estou cansada de captá-las sem ao menos querer ouvi-las.

Meus sentimentos parecem estar batidos num mixer... triturados, misturados...

Estou embriagada de nada!

Marcia Alcântara
Chuva forte de primavera 2009