21 de março de 2012

Pensamento desarticulado


Cansei de articular palavras... Ouço novas musicas, sim eu as ouço,  tenho ouvidos... Cansei de tentar descobrir novas essências e não quero mais ler, não eu não quero.
Quero agora apenas pensar. Penso muito por que meus olhos já não querem acreditar no que veem, meus ouvidos me enganam e meu olfato me seduz, as letras alheias não transmitem seus verdadeiros sentimentos...mas estou certa que o que penso é mais que certo, e é a mais pura verdade, é uma realidade, ao menos para mim...
Quanto as suas, eu não sei. Mas sei que um dia tentei de todas as formas saber de você, e também dos outros, mas assim como eu hoje, não me deram a chance da oratória, não leram o que escrevi, não ouviram minha coletânea de cantigas e não quiseram nem ao menos conhecer as novas fragrâncias que eu produzia...
Provem vocês das amarguras que em mim plantaram. Não guardo rancor, apenas tenho memória e agora um pensamento um tanto mais aguçado que antes.
Márcia Alcântara
É sim outono de 2012, Novo ciclo de uma Lunática...

2 de março de 2012

Algo Prático

Existe em mim uma Praticidade que eu desconhecia. Sempre teimei em acreditar no 'não real', e foi então que ela me bateu a porta juntamente com sua aliada, a Realidade.  As duas vilãs lado a lado, Realidade e Praticidade. Ambas na sombra do Tempo.

Sempre gostei de carinho, de fantasia, de poesia, de alegria... mas o Tempo e suas companheiras se fizeram matérias. Apareceram sem serem convidados e se instalaram em meu ser. Hoje não sou mais a de ontem.
Me sinto um tal rio que descreveu uma vez certo filósofo de Efeso:  “Nós não podemos nunca entrar no mesmo rio, pois como as águas, nós mesmos já somos outros”. Sinto-me, dolorosamente, outra.
O Tempo, a Praticidade e a dura Realidade se fizeram vivas, me acorrentaram e agora me fazem medo, um medo que antes era completamente fora da minha vida.
Estou como borboleta, que quando lagarta espera o Tempo de virar, na Praticidade da Realidade,  outro ser... me transformei num eu não que não conheço.
Mas agora, mais madura, entendo que não são as pessoas culpadas, não quero mais incriminar a Realidade e nem Praticidade, menos ainda o senhor Tempo por minhas visões.
Quero acreditar em mim, e que amanhã nasce um novo eu, como o rio do tal filósofo. Amanhã pensarei diferente, pensarei uma nova cousa...
 Márcia Alcantara
Águas de março 2012.