1 de dezembro de 2010

Diário 24?!

Não tenho opção quando abro os olhos de manhã. Já não reconheço o que me faz bem e o que me faz mal. Muitas vezes tento ver positivamente as infinitas possibilidades de um dia que é finito, mas não é que acontece. Tenho vontades possíveis que se mostram impossíveis. E o que é impossível surge com uma freqüência estranha.

Tudo a minha volta parece conter algo perturbador. O que é bom me tira a atenção assim como o contrario também é verdade. O dia clareia, faz sol e vem a chuva...não há estabilidade nem na natureza, quem dirá em mim.

Cobro-me e tento fazer com que tudo saia corretamente certo. Amar quem devo, admirar quem conheço, ser educada e prestativa... mas, meu coração não anda mais correto, quero xingar, fazer o errado, falar verdades nunca ditas... De felicidade á incertezas, assim meu ser parece seguir para algum lugar que não me contou. Talvez ele também não saiba onde quer ir. Devo então perdoá-lo. Mas o que é mesmo o perdão?

Apenas me sinto um tanto quanto cansada. Cobranças internas e externas parecem dominar a minha vida. Vida incerta, vida incorreta... existência certa e odisséias corretas. Tudo muito certo e muito justo. Sempre! Mesmo o que não é. E o que é justo e certo mesmo? Quando se trata de mim, eu não sei dizer! Detesto conceitos.

Sei apenas que os dias passam, e me (des)conheço ainda mais. Sei que o tempo se vai e eu estou apenas chegando para mim mesmo. Tudo parece ser um tanto estranho, mas assim também eu sou.

Escrever é um modo de escapar de mim, daqui e de lá.

Márcia Alcântara
Primavera perturbadora 2010

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