24 de setembro de 2010

Diário19?!

Nem tudo mais são flores de primavera, mesmo por que elas andaram desabrochando no inverno, cinza e gelado. O que antes era acreditável, hoje tornou-se “duvidável”. Sabe, eu quero na verdade colocar do meu lado a felicidade, escrever do meu modo no meu mundo, mas ouvi dizer que somos egoístas por querer um mundo que não este!

Penso que se este mundo não é o meu não devo carregar comigo o peso do egoísmo! Apenas sou o que neste mundo não cabe, ou melhor dizendo, imagino que sou o que aqui não posso ser! Quero inventar palavras, novas maneiras de agir, novos comportamentos, mas nesse mundo é tudo muito padrão. Eu sou diferente!

A cada dia minhas incógnitas aumentam e não encontro nada conhecido que possa explicar ou me explicar. É por isso que julgo estar num lugar não meu. Quem sabe se até este corpo não seja o que imagino ser?

Sou agora e mais que nunca um ser entranho num lugar estranho. Talvez eu esteja colocando longe o belo que há em mim, e de binóculo consigo visualizar a beleza, a alegria, alias eu até as vejo, perfeitas, mas bem distante distante, apenas nas escritas, mas não sentidas... Palavras repetidas, jogadas ao longe... Ao vento!

Eu tento ser alguém mais contundente, mas não consigo. Faz parte da minha natureza ser assim, indeciso, a espera de algo que não chega... e quando chega eu não noto, não percebo com a clareza que deveria, com o calor que necessitaria. Desculpe, mas depois de você os dias mudaram e as noites não são, não não são mais as mesmas!

A água já não é mais tão sem gosto e sem cor assim. As palavras já não conseguem dizer o que antes conseguiam. O Tudo agora é nada e vago vazio de sentido para o tudo que era. Nossa! Sinto ao mesmo tempo em que não sinto nada. Mas será que o nada sentir já não é sentir? Perceba o que foi que você fez, minha cara! Parece que quando digo algo, a mente não absorve o que a voz quer dizer, culpa sua, só sua!

Anestesiada. Dormente. Angustiada. Apaixonada. Entediada. Estranha. Palavras chaves de como anda meu ser...

Márcia Alcântara
Primavera de 2010

2 comentários:

  1. Agora eu dizendo, e não os não-eus.
    E por que no banheiro não? Se as pessoas fizessem melhor o uso das palavras...ah se fizessem, ou melhor, se eu conseguisse entender o que querem dizer com as palavras... é não consigo! Sou diferente! Filosofia em todo e qualquer lugar e não onde querem que ela se faça!
    bjs a vc meu querido!

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não-eus dizem...