3 de agosto de 2010

Diário?! 13

Fico imaginado se as letras têm algum poder. Dizem que o verbo tem, mas eu ainda não consegui saber ao certo.

A única coisa que parece me trazer um pouco de alegria poderia ser externar o que sinto, mas não tenho tido sucesso. Fico entristecida na mesma medida que me sinto alegre, um descompasso total. E não sei a causa de tudo isso.

Minha vontade é a de ser bem letrada a ponto de ser compreendida através da escrita, meu ponto de escape, mas pude notar durante este tempo que passou que nada tem haver ser “bem letrada”, oras isso nada quer dizer quando nada se sente, e eu, eu sinto muito á ponto de andar sentida o tempo todo. Além de ser também incompreendida.

E isso coloca tudo em cheque, e mate eu diria. Mata todas as minhas expectativas das quais pensei por muito tempo. Esperei por tanto tempo saber coisas das quais não são necessárias. Juntei tantos conhecimentos... Sempre imaginei estar no meio da escuridão, mas não eu estava presa em uma clareira e ela é culpada por eu não enxergar a vida como ela é, ou quem sabe nem seja.

Vivia eu em uma fantasia extraordinária e agora a vida real me prensa. Essa realidade não é a que sempre imaginei. E então cai. Mas levantei por que a vida me empurrou, os olhos continuaram teimando em abrir e o coração, que dizem ser vermelho, continuou a bater.

Estou agora, aqui engasgada de mim mesmo, quase faltando a respiração, respiração essa que teima em vir aos poucos e me deixa na angústia por não cessar de vez.

Márcia Alcântara
Inverno de 2010

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