7 de julho de 2010

Diário 9?!

Tudo eu já tentei para melhorar a mim, mas sou obrigada a confessar que nada adiantou. Vou seguindo adiante, empurrada pela vida. Calor, eu sinto apenas o do sangue que corre nas veias. Frio, eu sinto quando percebo que estou longe de mim mesma, e isso, ocorre sempre.
Nem mesmo o sol consegue a feitura de fazer-me sorrir. Dizem que o amarelo traz alegria, mas só vejo e sinto o lilás. A lua esta semana se escondeu. Se pudesse faria como ela, mas não me foi permitido se esconder, preciso estar sempre presente, e também não me foi dado o direito de cansar-me.

Energias? As minhas? Acabaram-se. Eu já disse e gritei aos quatro cantos do mundo, mas nada e nem ninguém me ouviu, quem sabe se por que o mundo é redondo e não possui cantos. Palavras? As minhas? Elas estão mudas. Meu mundo? Sumiu? Vivo em um mundo que não me pertence. E, nesse mundo, não meu, não consigo me encontrar e a minha carga de energia esgotou-se.

Quero dormir. Ficar só. Mas eu sou companhia de mim mesmo e estou farta de mim mesma. A solidão que antes era meu remédio neste mundo, virou uma energia perigosa, ruim. Sinto frio e parece que estou longe, mas estou aqui, sendo empurrada, escutando gritos quando os meus, ninguém ouve.

Vou seguindo. Discutindo com meu eu quando somos positivos e quando somos negativos. Aliás, essa me parece uma discussão amena, afinal são todos muitos e solitários, e nesse mundo os não-eus parecem viverem de si próprios, deixando de lado todos os outros não-eus, deixando de lado todas as outras energias...cada um é si mesmo, em branco e sem energia. Esse mundo não quero para mim.

Márcia Alcântara
Inverno 2010

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