Já fazia algum tempo que não escrevia assim, como gosto,
pessoal e intransferível. Inventando novas palavras. É que o meio em qual ando, não é bem vista tal
tipo de escrita, é necessário manter certo padrão. Sai de um canto, um tanto filósofico já por este motivo, acreditei que a literatura me permitia um pouco mais de sal, mas me enganei. Não! Não sou falsa, mas
neste meio, aprendi que tem coisas que não são bem vistas logo de cara, então
faço ficção e deixo para mais tarde a não ficção.
Mas preciso sair disso um pouco, preciso falar da realidade
angustiante... Pareço grávida, ando
enjoada e enojada. Antes eu estivesse. Não! Não estou. Estou cansada e fadigada
da humanidade falida da qual convivo. Pensam todos que a vida é fácil, não! Não
é! Sonhos impossíveis são possíveis! E nunca me desfaço do sonho alheio,
aplaudo alto ou torço em silêncio.
No final do túnel existe uma luz? Não! Existe um arco-íris,
mas parece que todos escolhem, justamente, a treva. Nem olham dos lados e protegem suas próprias vidas
das outras pessoas. Deixam de dividir os momentos mais importantes de sua
passagem por aqui. Escondem seus
corações como se fossem ser roubados! Não! Ninguém pode pegar o coração
alheio.
Pode pegar ódio, negligencia e também esquecimento. Sim! De tanto
se fazerem de falsos humildes ganham o total esquecimento dos outros. O mundo
é caliente e friagem, merece blusas e cachecóis, ou quem sabe ainda, fuga
para um paraíso de sol...
Estou á procura da luz e vou escolher uma cor para viver
primeiro, depois outra, outra. Fique ai curtinho sua sepiedade de luzes amarronzadas, essa ai para mim ficou
minutos atrás.
Sinto-me mais leve.
Márcia Alcântara
Verão 2013
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não-eus dizem...