23 de janeiro de 2013

‘Sepiedade’ (da luz sépia)



Já fazia algum tempo que não escrevia assim, como gosto, pessoal  e  intransferível.  Inventando novas palavras.  É que o meio em qual ando, não é bem vista tal tipo de escrita, é necessário manter certo padrão. Sai de um canto, um tanto filósofico já por este motivo, acreditei que a literatura me permitia um pouco mais de sal, mas me enganei.  Não! Não sou falsa, mas neste meio, aprendi que tem coisas que não são bem vistas logo de cara, então faço ficção e deixo para mais tarde a não ficção.

Mas preciso sair disso um pouco, preciso falar da realidade angustiante...  Pareço grávida, ando enjoada e enojada. Antes eu estivesse. Não! Não estou. Estou cansada e fadigada da humanidade falida da qual convivo. Pensam todos que a vida é fácil, não! Não é! Sonhos impossíveis são possíveis! E nunca me desfaço do sonho alheio, aplaudo alto ou torço em silêncio. 

No final do túnel existe uma luz? Não! Existe um arco-íris, mas parece que todos escolhem, justamente, a treva.  Nem olham dos lados e protegem suas próprias vidas das outras pessoas. Deixam de dividir os momentos mais importantes de sua passagem por aqui.  Escondem seus corações como se fossem ser roubados! Não! Ninguém pode pegar o coração alheio.

Pode pegar ódio, negligencia e também esquecimento. Sim! De tanto se fazerem de falsos humildes ganham o total esquecimento dos outros. O mundo é caliente e friagem, merece blusas e cachecóis, ou quem sabe ainda, fuga para um paraíso de sol... 

Estou á procura da luz e vou escolher uma cor para viver primeiro, depois outra, outra. Fique ai curtinho sua sepiedade  de luzes amarronzadas, essa ai para mim ficou minutos atrás.

Sinto-me mais leve.

Márcia Alcântara
Verão 2013

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