2 de março de 2012

Algo Prático

Existe em mim uma Praticidade que eu desconhecia. Sempre teimei em acreditar no 'não real', e foi então que ela me bateu a porta juntamente com sua aliada, a Realidade.  As duas vilãs lado a lado, Realidade e Praticidade. Ambas na sombra do Tempo.

Sempre gostei de carinho, de fantasia, de poesia, de alegria... mas o Tempo e suas companheiras se fizeram matérias. Apareceram sem serem convidados e se instalaram em meu ser. Hoje não sou mais a de ontem.
Me sinto um tal rio que descreveu uma vez certo filósofo de Efeso:  “Nós não podemos nunca entrar no mesmo rio, pois como as águas, nós mesmos já somos outros”. Sinto-me, dolorosamente, outra.
O Tempo, a Praticidade e a dura Realidade se fizeram vivas, me acorrentaram e agora me fazem medo, um medo que antes era completamente fora da minha vida.
Estou como borboleta, que quando lagarta espera o Tempo de virar, na Praticidade da Realidade,  outro ser... me transformei num eu não que não conheço.
Mas agora, mais madura, entendo que não são as pessoas culpadas, não quero mais incriminar a Realidade e nem Praticidade, menos ainda o senhor Tempo por minhas visões.
Quero acreditar em mim, e que amanhã nasce um novo eu, como o rio do tal filósofo. Amanhã pensarei diferente, pensarei uma nova cousa...
 Márcia Alcantara
Águas de março 2012.

Um comentário:

não-eus dizem...