Existe em mim uma Praticidade que eu desconhecia. Sempre teimei
em acreditar no 'não real', e foi então que ela me bateu a porta juntamente com
sua aliada, a Realidade. As duas vilãs
lado a lado, Realidade e Praticidade.
Ambas na sombra do Tempo.
Sempre gostei de carinho, de fantasia, de poesia, de
alegria... mas o Tempo e suas companheiras se fizeram matérias. Apareceram sem
serem convidados e se instalaram em meu ser. Hoje não sou mais a de ontem.
Me sinto um tal rio que descreveu uma vez certo filósofo de
Efeso: “Nós não podemos nunca entrar no
mesmo rio, pois como as águas, nós mesmos já somos outros”. Sinto-me,
dolorosamente, outra.
O Tempo, a Praticidade e a dura Realidade se fizeram vivas,
me acorrentaram e agora me fazem medo, um medo que antes era completamente fora
da minha vida.
Estou como borboleta, que quando lagarta espera o Tempo de
virar, na Praticidade da Realidade,
outro ser... me transformei num eu não que não conheço.
Mas agora, mais madura, entendo que não são as pessoas
culpadas, não quero mais incriminar a Realidade e nem Praticidade, menos ainda o
senhor Tempo por minhas visões.
Quero acreditar em mim, e que amanhã nasce um novo eu,
como o rio do tal filósofo. Amanhã pensarei diferente, pensarei uma nova cousa...
Águas de março 2012.
Ser e Tornar-se.... uhhhhh
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