9 de outubro de 2010

Diário 21?!

Talvez me fizesse muito bem contar o que fiz e o que sinto, contar tudo o que tenho vivido. Mas não, não é possível, não existem palavras que possam expressar a alegria e o contentamento do feito. Não, não há palavras que possam exprimir o que senti e o que sinto a todo momento.

Euforia e vazio. Talvez estas duas possam sintetizar, mesmo que mínimo, meus sentires. É uma certa euforia de ontem para hoje. Imagino que será um vazio de amanhã para depois.

Alegria e tristeza. Sentires do mesmo tempo, na mesma temporada de vida. Alegria de hoje, mas com a batida leve da tristeza em meu peito. A tristeza de ontem, com leves batidas de alegria no meu coração. Para amanhã eu tenho medo de dizer o que sinto.

O passado parece me prender. Não quero crescer. Mas a pequinês não é bem vinda. Do futuro eu tenho receio, mas o presente me dá aversão. Estou apavorada no meio da floresta fria e sombria. E da clareira? Eu tenho medo. Lá pode ser muito quente e não haver sombra para me proteger do Sol, a luz pode me cegar por há muito viver na escuridão. O que farei na clareira em noites sem luar?

Vou andando. Vou parando. Eu sei que vida anda, ou melhor a vida me empurra. Mas sei muito bem que uma hora ela pára, e cessa de vez. E disso eu não tenho medo, apenas receio. Sinto alegria. Sinto um descanso eterno. Sinto uma amalgama em mim. Algo me puxa sempre para o passado... Sinto medo do futuro.

Sinto, sinto e sinto...

Márcia Alcântara
Noite chuvosa e sem Luar de primavera 2010

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