23 de abril de 2010

Diário? 2

É o momento de escapar. Não, eu não agüento mais estar aqui comigo. O fato é que aonde vou me vejo, minha essência parece permanecer em todos os lugares, mesmo sem que eu lhe de permissão. Escuto meu choro, e eu não quero mais ouvir,estou farta dele.

Hoje a vida parece pesada. O sol não aparece e São Jorge parece ter ido para sua festa e abandonou na terra seus guerreiros. Não ria de mim, estou sóbria.
Estou em constante batalha, mas essa, de hoje, é comigo mesma. Não sei quem sou e tenho que dar conta do que não sei fazer, do que não sei se esta certo ou não. De fato eu penso em sucumbir daqui.
Espero que estas escritas aliviem a minha dor e a minha falta de encontrar os pôqueres das coisas que dizem que são e que ainda não provaram para mim serem.
Cansei, assim como o sol que hoje nem se quer deu suas caras e que apenas aquece, prefiro que venha o frio e a chuva. Prefiro me esconder já que escapar não adianta mais.
Que em meu esconderijo haja pelo menos uma musica e ar lilás, é o que preciso apenas, nenhum toque, nenhuma voz.. Acordada no escuro e só. Espero que nessa quietude que quero, a verdade não fique a gritar me assustando. Meu lado de cigana hoje acordou tênue, e sinto medo. As cartas e as pedras nada dizem.

Também não quero ouvi-las.

Márcia Alcântara
Outono de 2010

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