29 de janeiro de 2010

As Pessoas...

Há muito não conseguia de mim escapar. Não conseguia escrever uma linha se quer. E quanto mais o tempo passava, mais e mais angustiada eu ficava.

Mas hoje recebi um escrito de uma pessoa, muito especial, do qual a chamo de “quase eu”, e somente nós entendemos o porquê disso ou daquilo.

O escrito relatava lembranças, mais especificamente, como ela mesma disse em seu escrito as da infância. Lembranças marcantes para muitos, mas, que para outros nem ao menos são lembradas. E isso me fez escapar, ou ao menos, tentar.

Parei para imaginar o que as pessoas, os humanos, tem feito de suas vidas. Não por que cargas d’água tenho um nome que me remete a outro planeta e o apelido que eu mesma me dei, para um outro lugar que não a Terra. As coisas que “curto” me levam para longe... Longe de aqui.

É confuso, porém verdadeiro. As pessoas agem de forma estranha. Antigamente eu percebia uma preocupação maior com os próximos, ou seja, os outros da mesma espécie e até mesmo das outras. Mas hoje o que posso sentir é uma ignorância para com o outro. Se preocupam apenas com o próprio eixo, e mesmo assim andam com os eixos tortos e espiralados. Não cuidam do que com tempo adquiriram: respeito e amor. Não querem mais saber o que fazem de mal. Visam seus próprios bens... e muitas vezes ainda vislumbram os bens alheios com olhos de Rubi. Esqueceram do Diamante, esqueceram que o coração poderia ser de Quartzo Rosa.

Cheguei a conclusão de que isso contamina, pois eu mesma já me preocupei mais com os outros. Preciso urgente de um banho com Sal Pedra e Ametista,mesmo que venha por ai a Lua Cheia. Não pense que me sinto egoísta agora, não é isso, mas percebo que não há reciprocidade no carinho, no amor oferecido. Isso cansa, desgasta o ser, mesmo que esse não seja desse planeta, assim como eu.

Sou de Marte, sou da Lua, visito Vênus e aqui na Terra procuro viver numa redoma de vidro, me protejo de mim, pois adquiri, aqui neste pedaço em que vivo, uma coisa que escuto dizerem ser um tal “pé atrás” com tudo e com todos, até mesmo os de outras espécies,pois estes não sei mais quando vão morder, adquiriram o hábito de morderem por morder, e não mais para se proteger. Não gosto de viver assim, mas ao vir morar aqui perdi a oportunidade de voltar de onde vim quando quiser, me vislumbrei com brilho azul da água e agora só vou se for chamada, espero que este chamado não demore. O ar de minha redoma esta se acabando, a água que vislumbrei não é mais azul e Terra que quis tanto, agora desliza e mata.

Márcia Alcântara
Verão Chuvoso de 2009

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