Me sinto abalada. Por nada! Um nada que sufoca, abala e me corrompe. Tiraram de mim o algo mais precioso que tenho - o ar lilás.
Me sinto cansada. A espera angustiante de tentar saber e entender tudo. Quero tudo, tudo para ontem. Meus músculos doem. E nada posso fazer! Me sinto travada. E o tempo sorri de mim.
O colorido, descoloriu. A canção parou de tocar. O sol nem ao menos mais aparece. Só chove e chove. E a chuva que cai não lava minha alma. À noite a Lua não mais me vê.
Ouço os burburinhos pelas esquinas dizendo que as renas estão a caminho!
Não, não e não. Eu não quero vê-las passando lá em cima, tirando o brilho da noite, fazendo cair as estrelas.
Sabe, estou cansada de tantas coisas, de tantas palavras soltas pelo ar, estou cansada de captá-las sem ao menos querer ouvi-las.
Meus sentimentos parecem estar batidos num mixer... triturados, misturados...
Estou embriagada de nada!
Marcia Alcântara
Chuva forte de primavera 2009
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não-eus dizem...